Conta-se
que Zenão (495-435 a.C) partiu de Eleia, colônia grega, para visitar Atenas. Lá
chegando, apresentou aos sábios atenienses alguns intrincados problemas,
conhecidos como paradoxos, que
deixaram os sábios desconcertados e sem resposta. Um dos paradoxos , o mais
famoso, envolvia Aquiles, símbolo da força e da agilidade.
Zenão
mostrou que, se Aquiles desse uma vantagem à tartaruga, não poderia alcança-la,
por mais que corresse. O herói poderia ser, por exemplo, duas vezes mais
rápido, e a vantagem, de um quarteirão. Assim, quando Aquiles percorresse o
quarteirão, a tartaruga teria andado mais meio quarteirão. Continuaria à
frente, portanto. Num segundo instante, Aquiles percorreria esse meio
quarteirão, mas a tartaruga já teria avançado mais um quarto de quarteirão. Em
resumo, como o animal é duas vezes mais lento, sempre avança metade da
distância coberta pelo homem em cada instante. Aquiles alcançará a tartaruga?
Como
Aquiles certamente venceria a tartaruga numa disputa real, esse paradoxo
provocou grande celeuma na Grécia antiga e até hoje é discutido. O mais
curioso, porém, é que a corrida simboliza uma soma infinita. Suas parcelas são
as distâncias percorridas por Aquiles a cada instante, começando com um
quarteirão, depois meio quarteirão e assim por diante. A conta fica assim: Quanto medirá
a corrida de Aquiles? A corrida dele está tendendo à quanto?
Dessa
forma se a corrida de Aquiles está tendendo a um valor, se o comprimento dessa
corrida não terminasse, ou tivesse um comprimento maior do que o que você
achou, ele conseguiria ultrapassar a tartaruga?
Ou
seja, Aquiles ultrapassaria a tartaruga exatamente ao fim do segundo quarteirão
– como, de resto, preveem as equações da Física e qualquer teste prático pode
comprovar
Adaptado de:
KÁTIA, C. S. S.; ROKU, S. K. Matemática.1. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1998.
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